O 1º de maio, dia do trabalhador, é comemorado em vários países, fruto de eventos em defesa dos direitos dos trabalhadores
Mas a sementinha dessa história de reivindicar melhores condições de trabalho foi lançada mesmo lá do outro lado do mundo, na Austrália, em 1855, quando trabalhadores foram às ruas pedindo a redução da jornada de trabalho e 13 para 8 horas. O lema “Oito horas de trabalho, oito de lazer, oito para dormir” ficou conhecido como o símbolo das conquistas trabalhistas. Nos anos seguintes os Estados Unidos entraram no mesmo barco, e manifestações aconteciam em diversas cidades americanas.
Era um sábado, 1º de maio de 1886, quando os trabalhadores foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução do número de horas trabalhadas por dia. Em Chicago um manifestante atirou uma bomba que matou sete policiais e quatro civis. Os policiais atiraram e o confronto terminou com muitas mortes, e ficou conhecido como o massacre da Haymarket Square. Surgia então, nesse dia, 1º de maio, a data do Dia dos Trabalhadores, para homenagear aqueles que morreram lutando por seus direitos.
E depois, países da Europa também aderiram ao movimento, e começaram a reivindicar direitos trabalhistas e a comemorar o Dia dos Trabalhadores na mesma data.
O 1º de maio é um dia tão significativo que as maiores conquistas trabalhistas são anunciadas e implementadas nessa data. Foi assim com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) brasileira, que entrou em vigor no dia 1º de maio de 1943, anunciada pelo então presidente Getúlio Vargas, e com reajustes do salário mínimo, que geralmente são divulgadas nesse dia.
Dia dos Trabalhadores na Itália
Mas voltando à Itália, o Dia dos Trabalhadores foi marcado por um fato histórico: o massacre de Portella della Ginestra, na Sicília. Trabalhadores da zona rural se reuniram em Palermo para comemorar o fim do fascismo quando foram atacados por manifestantes contrários – 11 morrreram e pelo menos 50 ficaram feridos.
A pandemia alterou um pouco as relações de trabalho e diminuiu o número de vagas no mercado de todo o mundo. Ao menos na Itália existem razões para comemorar esse ano o Dia dos Trabalhadores. De acordo com pesquisas do Istat (Instituto Nacional de Estatística), o mercado italiano está reagindo e as taxas de desemprego que eram de 9,2% em novembro do ano passado, baixaram para 8,8% em janeiro de 2022.
Ainda assim, o Istat anunciou que existem atualmente mais de 2,3 milhões de trabalhadores em busca de emprego na Itália.
Em anos pré pandemia, quando as aglomerações eram permitidas, a comemoração na Itália durava dias. Em Roma, por exemplo, o 1º de maio era comemorado com um grande show de música, incluindo artistas famosos. A festa que durava quase 10 horas, era realizada em praça pública, diante da Igreja de San Giovanni. As apresentações começaram por volta das 15 horas e só eram encerradas perto de meia-noite, incluindo transmissão ao vivo pela TV.
Mas nem sempre foi assim...
A Festa del lavoro (Festa do Trabalho) na Itália já foi interrompida por diversas vezes, em épocas diferentes. E também já teve diversos temas. No início do século XX, por exemplo, os protestos eram contra as empresas bélicas e a participação do país na guerra.
Com a chegada da ditadura fascista na Itália, as comemorações do Dia dos Trabalhadores tiveram de ser suspensas por algum tempo, e foram retomadas em 1945 depois que as tropas nazistas alemãs foram expulsas do país. Mas conflitos como o massacre de Portella della Ginestra, em 1947, fizeram com que os italianos, mais uma vez, parassem de comemorar o Dia dos Trabalhadores.
Somente nos anos 70 as comemorações do Dia dos Trabalhadores voltaram à Itália para ficar. Desde então, todos os anos, milhares de trabalhadores se reúnem em Roma e outras cidades italianas para comemorar o Giorno Del Lavoro.
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