A origem italiana pode ser uma pista valiosa para um empreendimento de sucesso
O publicitário Eduardo Gromboni, de 39 anos, tem origem italiana e é um dos brasileiros que viram na sua ascedência uma oportunidade de empreender.
Bisneto de italianos, sempre esteve ligado à gastronomia típica que a família trouxe da Itália para o Brasil. “Meu avô foi queijeiro, mas eu era muito novo e não me lembro bem dessa época, porém o gosto pelos queijos acho que ficou no sangue. Eu gosto muito de queijos, de todos os tipos, mas em especial os italianos”, disse.
Eduardo lembra das reuniões em casa: “meu avô sempre usava frases em italiano nas confraternizações de família, e eram momentos de muita alegria e descontração. Eles trouxeram esse costume de realizar as reuniões familiares à mesa, sempre com comidas de excelente qualidade”, disse.
Com isso, o publicitário, honrando sua origem italiana, adquiriu o gosto pela boa gastronomia, pelos pratos típicos da Itália. “Sempre fui apaixonado por pizzas, mais do que qualquer outra massa, um fato que não nega as minhas raízes italianas. Qualquer cidade que eu fosse, a primeira coisa que eu procurava era uma boa pizzaria, sempre foi minha paixão na gastronomia”.
De acordo com ele, a pizza estava presente nos momentos de lazer e nas reuniões com os amigos. Os encontros de família, amigos e colegas de trabalho eram sempre marcados em pizzarias tradicionais das cidades por onde passou.
Eduardo também começou a cozinhar para a família e amigos, na casa dele. Sua especialidade era, claro, a pizza. Mas não qualquer pizza. Eduardo pesquisou, experimentou, testou receitas, e se tornou um verdadeiro especialista em pizza napolitana.
Até que chegou a pandemia do Coronavírus e Eduardo ficou sem emprego. Com o incentivo dos amigos que já conheciam os sabores incríveis das pizzas napolitanas feitas por ele, decidiu transformar o hobby em um negócio. Abriu a primeira pizzaria verdadeiramente napolitana na cidade em que mora, em Jaú, interior de São Paulo.
“Era um hobby, mas os amigos que experimentaram sempre nos incentivavam a começar um negócio. De repente, me vi desempregado e agarrei essa oportunidade que minha origem italiana estava me apresentando”
A pizza napolitana caiu no gosto dos brasileiros há poucos anos. O movimento começou em São Paulo, a capital brasileira considerada a cidade com maior número de pizzarias. A tendência veio de Nova Iorque, onde jovens de origem italiana, filhos e netos de italianos, retomaram a tradição dos seus antepassados, remexeram cadernos de receitas das avós, e começaram a fabricar e vender a original pizza napolitana.
O negócio é tão sério que para ser chamada pizza napolitana é necessário cumprir regras que honram a origem italiana desse prato. Em 2017, a arte de fazer pizza napolitana (L´arte del Pizzaiuolo Napoletano) foi declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade pelo Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foi a primeira vez que a ate de preparar um alimento se tronou patrimônio mundial.
Mas o que essa tal pizza napolitana tem de tão especial em relação às demais vendidas aqui no Brasil?
Bem, começa na massa, que deve usar somente água, farinha italiana de boa qualidade, e fermento. Geralmente a fermentação é 100% natural, mas em alguns casos é permitido usar “ajuda” de fermentos prontos. Fica fermentando cerca de 8 horas.
O resultado é uma massa especial, leve, aerada, de fácil digestão, com perfume de pão, uma massa de sabores bem complexos.
Deu água na boca?
Então se imagine em uma cantina italiana, observando o pizzaiolo abrir o disco de massa com as mãos, empurrando o ar da massa para as bordas, que vão ficar macias e estufadas quando entrarem em contato com o calor do forno a lenha.
Ah… imagine também aquele pizzaiolo espalhando, também com as mãos, produtos da região da Campania, na Itália – tomate pelado e tomate fresco cortado em fatias finas, azeite extra virgem de boa qualidade e queijos prontos para derreter no calor, e liberar o aroma que vai te levar direto para a Itália.
Eduardo Gromboni, dono da pizzaria de Jaú, já se imaginou nessa cena muitas vezes, e espera que o sonho se torne realidade muito em breve. “Já comemos pizza italiana fora da Itália, comer lá na Itália, em uma pizzaria verdadeiramente italiana será uma grande realização, um sonho mesmo. Imagine viver essa experiência como italiano mesmo, com a cidadania em mãos. Aí a pizza napolitana ficaria ainda mais saborosa”, disse.