A data em que os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Porto de Santos foi escolhida como dia do imigrante italiano
Há 148 anos, o navio La Sofia, vindo da Europa, atracou no Porto de Santos. Dele desceram os primeiros imigrantes italianos, a maioria buscando oportunidades de trabalho nas lavouras de café brasileiras. Na época era escasso o trabalho na Itália, que estava destruída pela Primeira Guerra Mundial.
Esses imigrantes italianos queriam trabalhar e progredir. E viram uma oportunidade no Brasil, país que carecia de mão de obra especializada para as lavouras. O navio La Sofia chegou no dia 21 de fevereiro do ano de 1874. Por isso, essa data foi instituída, por meio da Lei Federal 11.687, como o Dia Nacional do Imigrante Italiano.
A data em que os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Porto de Santos foi escolhida como dia do imigrante italiano
Há 148 anos, o navio La Sofia, vindo da Europa, atracou no Porto de Santos. Dele desceram os primeiros imigrantes italianos, a maioria buscando oportunidades de trabalho nas lavouras de café brasileiras. Na época era escasso o trabalho na Itália, que estava destruída pela Primeira Guerra Mundial.
Esses imigrantes italianos queriam trabalhar e progredir. E viram uma oportunidade no Brasil, país que carecia de mão de obra especializada para as lavouras. O navio La Sofia chegou no dia 21 de fevereiro do ano de 1874. Por isso, essa data foi instituída, por meio da Lei Federal 11.687, como o Dia Nacional do Imigrante Italiano.
Mas os imigrantes italianos que chegaram no dia 21 de fevereiro foram apenas a primeira leva que desembarcou por aqui. Nos anos seguintes, a cada 1000 imigrantes vindos da Europa, 57 eram italianos. A maioria estabeleceu moradia na capital São Paulo, no interior do estado e também no Rio Grande do Sul.
Entre 1875 e 1900, o Brasil recebeu cerca de 803 mil imigrantes europeus, desses, mais da metade, cerca de 577 mil, eram italianos. Em um desses navios viajou Bruno Putinatti, morador da região de Rovigo. Os pais de Bruno ficaram na casa grande em que moravam em Rovigo e os filhos vieram buscar oportunidades de trabalho no Brasil.
Bruno desembarcou no Porto de Santos, como era usual na época, e seguiu direto ao destino que pretendia: as lavouras de café na região do Bauru, no interior de São Paulo. “Meu avô Vicente, um dos filhos do meu bisavô Bruno, contava que era para ele ter comprado uma grande propriedade de café em Marília. Mas aí veio um surto de febre amarela e os planos não avançaram”, disse o neto de Vicente, o jornalista Rogério Potinatti.
Ele lembra com muita saudade do avô, que segundo disse, era seu melhor amigo, companheiro de viagens e de degustação de vinhos. “Ele adorava conversar, contar histórias e beber bons vinhos. Bebíamos sempre e conversávamos muito. E adorava comer também. Na casa dele nunca faltava pão caseiro e polenta, que ele amava de paixão”, conta o neto.
As longas e boas conversas que tinha com o avô despertaram em Rogério a vontade de viajar à Itália e conhecer a região em que moram os parentes. E até, quem sabe, reviver as histórias que ouvia. Por isso, pretende pedir o reconhecimento da cidadania. “Eu quero usufruir da Itália, conhecer as coisas que meu avô contava. Ele dizia que seus tios moravam todos juntos em uma casa bem grande. Os animais ficavam na parte de baixo, forneciam carne e leite. Eles trabalhavam na lavoura, cozinhavam, bebiam vinho… dizia que tinha um rio que congelava no inverno e que todos andavam em cima do gelo. Eu morro de saudades dessas histórias e do meu avô Vicente, que foi um dos meus melhores amigos”, lembra Potinatti.
O ápice da imigração italiana no Brasil ocorreu entre 1880 e 1930. Pequenos proprietários, meeiros e arrendatários vieram do norte da Itália – região do Vêneto. Até meados de 1880 os imigrantes que chegaram eram especialmente do Sul da Península – região da Calábria. A maior parte dos imigrantes italianos veio das regiões Vêneto, Campânia, Calábria, Lonbardia, Abruzzos, Toscana, Emília Romana e Basilicata. Em menor quantidade vieram também imigrantes da região da Sicília, Piemonte, Ligúria e Sardenha.
No Brasil, a maioria dos descendentes mora hoje nas regiões Sul e Sudeste. O último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que questionou a descendência dos entrevistados, foi em 1940. Nesse ano, eram 1 260 931 brasileiros que alegaram serem filhos de pais italianos, e 1 069 862 disseram ter mães de origem italiana. Em 1940, os filhos de italianos e os italianos natos somavam mais de 3,8% da população do Brasil.
Em 1999, uma pesquisa conduzida pelo sociólogo e ex-presidente do IBGE, Simon Schwartzman apontou que a população italiana no Brasil era de 10% do total de moradores, o que representava naquele ano cerca de 20 milhões de descendentes.
Em 2013, a embaixada italiana no Brasil divulgou estudo que detectou cerca de 30 milhões de italianos e seus descendentes vivendo no Brasil, cerca de 15% da população brasileira. Se todos morassem no estado de São Paulo, seria metade da população paulista.
Os imigrantes italianos contribuíram para o crescimento do Brasil, e para a diversidade da cultura, mantendo os costumes, muitos deles absorvidos pelos brasileiros. Entre as influências italianas na formação do povo brasileiro, podemos citar o catolicismo, modelos de artes, música, arquitetura, a grande contribuição na gastronomia e também na forma de empreender. Na agricultura, influenciaram na transformação de latifúndios em pequenas propriedades, na formação de vilas agrícolas e colônias de trabalhadores rurais nas fazendas.
No final das contas, quase todo brasileiro acaba sendo um pouco italiano.
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